quarta-feira, 1 de junho de 2011

Por que devemos lutar?

A pergunta que muitos me fazem é: “Por que devemos lutar?” São muitos os cristãos que hoje vivem no extremo conforto e é claro que não querem ver esse conforto perturbado. Dizem: “Por que devemos lutar?” Cristo não teve a completa vitória na cruz por nós? Então, porque deveriam os
cristãos pensarem em se tornar soldados e guerreiros? Tudo o que devemos fazer é reivindicar a vitória que Jesus venceu.” É este o assunto que desejo tratar aqui. Vejamos, primeiro, o que o próprio Jesus falou sobre esse assunto quanto estava na terra. Particularmente, não penso que haja fonte melhor:

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim. Quem acha a sua vida, perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa, achá-la-á” (Mateus 10.34-39).



Reflita sobre o verso 34: “Não penseis, que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. Isto, contraria diretamente, o “evangelho de paz e amor” que está sendo largamente difundido, quando, no verso 39, Jesus disse: “Quem acha a sua vida, perdê-la-á; e quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”. O cristianismo, envolve violência, se o praticarmos da maneira que Deus quer. A perda de nossas vidas não significa coexistência pacífica com o mundo.

“Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. E, quando vos entregarem, não cuideis em como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será concedido o que haveis de dizer; visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores, e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para a outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o filho do homem. O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor.
(Mateus 10.16-24).



Devemos “permanecer até o fim”. Jesus, certamente, não nos promete “uma corrida fácil” como muitos pensam.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6.12).

Neste versículo, Paulo enfatiza que a nossa luta é no mundo espiritual. Em Mateus 10.16-24 Jesus fala do mundo físico e das perseguições físicas. Paulo, aqui em Efésios, enfatiza o mundo espiritual. Os dois estão ligados, entretanto, em nossos dias e em nosso país, a perseguição não se faz intensa em muitas áreas. Mas, não tenho dúvidas de que ela virá em breve. Enquanto isso, a nossa batalha se dá no campo espiritual.
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Porque devemos lutar? A resposta óbvia é: porque Deus assim o quer. Muitos perguntam: Por que Deus quer que lutemos quando Ele já lutou por nós? Naturalmente, que eu mesma, também, me faço essa pergunta. Por que tenho sofrido e perdido tanto por estar nesta batalha? Seria isso necessário? Quero, a seguir, compartilhar a resposta que me foi dada pelo Senhor à essa pergunta. A razão básica é porque fiz um compromisso. Você compreende que, infelizmente, quando o Evangelho é pregado em nossos dias, o que se ouve é: “Jesus morreu pelos seus pecados, peça-o para perdoá-los e tudo será maravilhoso.” Nada é dito que para ter seus pecados perdoados você terá que se comprometer com Ele. Durante muitos anos tem sido pregado que a salvação é a única saída. Jesus faz tudo e você não precisa fazer nada.



Isto não é verdade. Não foi o que Jesus disse. As palavras d’Ele foram que se você não tomar a sua cruz, negar a si mesmo e, quem sabe, até mesmo morrer por causa da fé n’Ele, você não será digno d’Ele. Ele disse que quem recebe a salvação é aquele que permanece fiel até o fim. Ele não fez promessa alguma de dar a salvação e a vida eterna àqueles que desistirem. Este conceito é sustentado diversas vezes por Paulo no livro de Hebreus.

“Cristo, porém, como Filho, sobre a sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firmes até ao fim a ousadia e a exultação da esperança.” (Hebreus 3-6).
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Compromisso não é só “trabalho”. É um contrato que implica, literalmente, na venda de si mesmo. Paulo diz em Romanos que é um devedor (Romanos 1.14). Do mesmo modo que Cristo comprou Paulo, Ele nos comprou. A salvação é uma venda, uma transação. O compromisso não é uma tarefa, é, realmente, uma venda. Jesus comprou e pagou por nós, de outra maneira pertenceríamos a Satã e iríamos diretamente para o inferno. O único escape foi através da venda. Que terrível preço Jesus pagou por nós!
Não estou segura de que algumas pessoas entendam isso. A proporção dos ataques satânicos parece depender diretamente do quanto estamos nesta venda, isto é, do nível do nosso compromisso com o Senhor.



O evangelho não está sendo apresentado da maneira como deveria ser. Quantas vezes você já ouviu o seguinte? “Você pode receber a salvação, mas somente sob uma condição: que esteja totalmente comprometido com Cristo, integralmente vendido a Ele. Não pertencerá mais a si mesmo e não mais terá o direito a coisa alguma. Você se tornará um servo. Estará na verdade assinando a própria morte porque Satã o odeia e tentará matá-lo. Terá que abrir mão de sua vida aqui para receber a vida eterna e a cidadania no céu.” Quantos pregadores você conhece que apresenta o evangelho dessa maneira? Nenhum!
Por que será que Satanás e o mundo odeiam tanto a Jesus? A resposta é que uma vez tendo Ele vindo, eles “...agora não têm desculpa do seu pecado”.

“O julgamento é este: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque suas obras eram más.” (João 319).



Eu declaro a você que a cruz é um instrumento de morte. Ela não só se refere às lutas aqui, mas significa, literalmente, nossa morte. Então, o que exatamente é esta morte? No meu caso, em particular, significa que quando fiz o meu compromisso com Deus, também comprometi tudo o que me diz respeito à Ele. Isto é, todas as coisas foram entregues em suas mãos. Sei que desde o exato momento em que fiz a entrega, Satanás poderá pedir, como no caso de Jó, e Deus poderá entregar-lhe essas coisas. Para mim, morrer diariamente significa a perda de tudo o que amo sobre a face da terra. É claro que Deus não exige isso de todos, porque a maioria das pessoas não estão dispostas a este tipo de comprometimento, não estão dispostas a tomar a cruz.
Uma vez comprados por Cristo, nos tornamos estrangeiros no mundo. Jesus se torna a barreira entre nós e tudo o mais na terra. Nada, aqui, nos pertence, e isto é terrível, pois a cruz é, provavelmente, o mais doloroso método de morte. O que implica em comprometer-nos à uma vida de dor ao tomar a cruz diariamente, lista não é a maneira em que as pessoas desejam apresentar o evangelho, entretanto, é assim que Jesus o apresenta. Deixe-me esclarecer algo: você não pode fazer o trabalho da cruz, só quem pode é Deus. Em outras palavras, as pessoas que infligem sobre si mesmas a dor, pensando que estão no caminho da cruz, enganam-se completamente. O fato, é que somos servos, simplesmente obedecemos aos comandos do Mestre. Não decidimos que tipo de sofrimentos devemos suportar.



Deus chama a diferentes pessoas para diferentes tipos de serviço. Contudo, todos seremos um dia atacados terrivelmente, por Satanás, e quando esse dia chegar, será preciso que estejamos preparados e firmes para a luta. Se o fizermos, permanecendo fiéis até o fim, o Senhor Jesus nos dará a coroa da vida e teremos a indescritível bênção de ver Deus como realmente Ele é, em toda a Sua glória.

“Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis, o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram.” (Apocalipse 21.3-4).

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