domingo, 15 de maio de 2011

O que acha do espiritismo?



Há dois tipos de pessoas: aquelas que dizem o que a outra gosta de ouvir e aquelas que dizem o que é preciso falar. Corro o risco de ser antipático, mas quero dizer que você precisa conhecer um outro Deus, o Deus de amor, que não está cobrando nada de você e jamais desejou que vivesse uma vida de incertezas quanto ao seu passado e seu futuro.

Posso ser mais direto? Então vamos lá: o espiritismo mente. Não existe isso de relação cármica, reencarnação, e tudo o que o espiritismo costuma jogar sobre as pessoas, abandonando-as a própria
sorte para ver se saem do poço onde são lançadas. O resultado são pessoas derrotadas por uma espécie de conformismo que considera sua desgraça fruto de uma herança cármica, ou pessoas extremamente orgulhosas por confiarem em si mesmas como se tivessem um grau maior de piedade.

Não se espante se minha linguagem parecer rude, mas é que fui presa dessas religiões que lançam sobre a gente a responsabilidade de nos salvar. Oras, ao que está afogando nem nós, que somos maus, dizemos que deve se virar para nadar por conta própria. Qualquer um pula na água para tentar salvá-lo. Deus é assim.

Se leu minha história em www.stories.org.br/angels.html já deve estar entendendo um pouco do que estou falando.

Na verdade conheço bem a doutrina espírita (lembre-se, estou falando da doutrina espírita, não das pessoas espíritas) para saber que é um enorme engano. A idéia da auto-evolução, que você deve se aperfeiçoar espiritualmente, subindo degraus de uma escada sem fim, pode fazer bem para o ego, mas não é a verdade que você encontra na Bíblia que nos fala de um Salvador. Oras, se Deus providenciou um Salvador foi porque viu que não éramos capazes de nos salvar a nós mesmos. Por que existiria um Salvador se as pessoas pudessem se salvar a si mesmas?


Além disso, a idéia de auto-evolução gera alguns problemas de ordem social, já que determina que alguns povos são mais evoluídos espiritualmente do que outros. O próprio Alan Kardec acabou se revelando racista em alguns de seus livros, graças a essa mesma idéia:

Allan Kardec, Obras Póstumas, 1ª parte, capítulo da "Teoria do Belo": "O negro pode ser belo para o negro, como um gato para os gatos; mas não o é no sentido absoluto, porque os seus traços grosseiros, os lábios grossos, acusam materialidade dos seus instintos; podem perfeitamente exprimir paixões violentas, mas nunca variedades do sentimento e as modulações de um Espírito elevado."

Mais alguns trechos de livros apontam algumas das conseqüências da doutrina espírita, só para falar do que concerne as raças (meu filho adotivo, Pedro, que é negro/índio, seria espiritualmente menos evoluído segundo a doutrina kardecista), sem ainda entrar em questões como a reencarnação e a eliminação do carma por meio de caridade e boas obras (ótimo para o ego):

"O progresso não foi, pois, uniforme em toda a espécie humana; as raças mais inteligentes naturalmente progrediram mais que as outras, sem contar que os Espíritos, recentemente nascidos na vida espiritual, vindo a se encarnar sobre a Terra desde que chegaram em primeiro lugar, tornam mais sensíveis a diferença do progresso. Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados" (Allan Kardec, A Gênese, Ed. Lake, São Paulo, 1a edição, p. 187)

"Esses Espíritos dos selvagens, entretanto pertencem à humanidade; atingirão um dia o nível de seus irmãos mais velhos, mas certamente isso não se dará no corpo da mesma raça física, impróprio a certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento não estiver mais em relação ao desenvolvimento, emigrarão de tal ambiente para se encarnar num grau superior, e assim por diante, até que hajam conquistado todos os graus terrestres, depois do que deixarão a Terra para passar a mundos mais e mais adiantados" (Revue Spirite, abril de 1863, pág. 97: Perfectibilidade da raça negra, in Allan Kardec, A Gênese, Lake _ Livraria Allan Kardec editora, São Paulo, p. 187.

"Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote recém nascida e a educarmos nas melhores escolas, fareis dela, um dia, um Laplace ou um Newton? (...) Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão?" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 126-127).

Bem, acho que isso já lhe dá uma idéia clara do que existe de nefasto por trás da fachada piedosa do espiritismo. Na verdade é a religião de Caim, aquele que quis agradar a Deus com o fruto do seu trabalho e se irou quando Deus preferiu a oferta de Abel, que ofereceu um animal sacrificado, emblema de Cristo, o qual era resultado do trabalho de Deus, não de Abel. O espiritismo leva as pessoas a se acharem capazes de realizar algo que possa agradar a Deus; faz com que queiram ser reconhecidas pelas suas boas obras; as leva à conquista do troféu de glória pela salvação da própria alma, que deveria pertencer a Deus e a Ele somente. É a ilusão da auto-salvação, da auto-evolução, da eliminação de seus pecados pelos próprios esforços.

Procure ler o Evangelho de São João e encontrará um Deus de amor, um Salvador que veio salvar pecadores, não pessoas perfeitas ou religiosas. É dEste que estou falando e que, tenho certeza, você precisa conhecer. Sugiro a leitura de http://www.stories.org.br/loves.html Volte a escrever quando desejar e perdoe-me por minha aparente dureza de palavras, mas considero o assunto importante demais para tratá-lo de forma mais suave.


Post de Mario Persona  http://www.respondi.com.br/2005/11/o-que-acha-do-espiritismo.html

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